Digo, repito e
continuarei repetindo quantas vezes for necessário. Futebol do Mato Grosso do
Sul tem um único caminho para sair do fundo do poço. Base!
Investidores não
vem para cá devido a falta de credibilidade de quem comanda os clubes. “Parcerias”
desastrosas, é o que mais tivemos ao longo dos anos pelo estado.
A única que não
acabou em prejuízo para um clube do estado, foi do Novoperário com o Nacional-SP
para a disputa da Série D 2018.
Aquele time esteve
perto das oitavas de final da competição sendo eliminado nos acréscimos pelo
Iporá-GO.
Na última semana, a
Federação definiu os participantes do Estadual Sub-19, competição que vale vaga
na Copa São Paulo de 2021. União, Serc e Comercial foram os únicos que
cumpriram o edital de convocação.
E quando alguém
CUMPRE o necessário, é preciso ser elogiado. Durante vários anos, houve um
jeitinho de outros clubes participarem beneficiando os incompetentes.
Houve uma
temporada, que apenas o Guaicurus cumpriu o necessário e exigiu uma vaga antes
que a bola rolasse, caso contrário, não aceitaria nenhuma outra equipe na
disputa.
Ouvi de muitas
pessoas que é uma vergonha uma competição com apenas três equipes e uma semana
de duração. Mas as duas situações tem explicação.
O número de participantes
é a realidade dos clubes profissionais que de fato estão tentando organizar sua
base. A Serc se destaca com número maior de categorias e o União desde 2016,
vem pagando o preço de revelar.
Os clubes sobem,
caem, nem sempre fazem grandes campanhas mas vão colher o que estão plantando.
O Comercial desde 2018 está tentando organizar sua categorias também.
Já no Estadual
2020, usou vários atletas na competição e segundo o Presidente eleito Cláudio
Barbosa, investir na base é uma missão de seu mandato.
Outros clubes que
disputaram Copa São Paulo em anos anteriores, sempre desaparecem por não ter
base. O Aquidauanense, maior participante nos últimos anos, cansou de usar a
base do Seduc e fazer “peneirada”.
Clubes da capital
também abusaram de tal método arcaico para dizer que tem base. Operário e
Comercial fizeram isso durante anos, pela incapacidade de ter categorias de
base.
Na capital ainda
existem os aventureiros que não sabem nada de bola e querem ser responsáveis
por categorias e quando deixam os clubes, levam os jogadores, ou seja, não são
atletas do clube, são do aventureiro.
Corumbaense e Águia
Negra usaram projeto de suas cidades para jogar algumas competições.
Novoperário que trabalha com várias categorias com projeto e tudo, não tem disputado
as competições da Federação.
O Sete de Setembro
que era referencia na base, não tem mais nada. O último trabalho foi com Valdir
Fortini em 2018. Costa Rica disputou apenas quando tinha o apoio de uma
parlamentar que tinha o filho na equipe.
O Cena que
trabalhou corretamente durante anos, jogou todo o trabalho no lixo quando
resolveu disputar o Estadual 2020.
O dinheiro que era
para ser usado na base, foi usado no profissional. Guaicurus hoje mora no céu
juntamente com Cene, maior campeão desta categoria.
Outros campeões
como Misto e Taveirópolis, também estão só na memória dos feitos em anos
passados. Pontaporanense e Maracaju disputam esporadicamente as competições.
Quanto ao tempo de
disputa sendo apenas em turno único, isso é explicado pela pandemia do Covid-19
e liberação das autoridades apenas agora para práticas esportivas.
A Federação tem até
dia 10 para indicar o representante do estado e os clubes, até dia 15 de
novembro para inscrever os atletas.
A grande verdade é
que 90% dos dirigentes dos clubes, montam times apenas para cumprirem o
Estatuto da Federação que prevê participação de pelo menos uma competição de
base.
Ninguém está
preocupado em tirar seus times do limbo e querem viver das ajudas de
prefeituras, governo do estado e as cotas da Copa do Brasil.
Os grandes clubes
do futebol brasileiro e mundial, precisam revelar e vender para sanar suas
finanças, mas os times do Mato Grosso do Sul devem estar muito acima desses
times e vivem num mundo paralelo.
O mundo que alguém
vai dar um jeito de pagar contas, dar um jeito para eles jogares, de pagar
arbitragem, comprar bola, pagar alimentação, hotel, viagens. Alguém dá um
jeitinho para eles jogarem.
Então torcedor, antes de
reclamar do número de participantes, procure saber o que seu clube está fazendo
para conseguir avançar esportivamente e financeiramente e de fato, querer mudar
o cenário atual do futebol do estado.